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Rim policístico: entenda condição genética que o sertanejo Chrystian tinha

O cantor sertanejo Chrystian faleceu nesta quarta-feira (19) em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de uma condição genética conhecida como rim policístico. Essa condição, conforme explicado pela equipe médica que o acompanhava, resultou em um severo comprometimento de suas funções renais, levando-o a necessitar de repouso imediato e tratamento especializado.

O rim policístico é uma doença hereditária, onde um dos pais pode transmitir aos filhos através dos genes afetados. Segundo Lúcio Requião, médico nefrologista e diretor clínico do Hospital do Rim (SP), aproximadamente uma em cada mil pessoas é afetada por essa condição, tornando-a relativamente comum. A doença segue um padrão autossômico dominante, o que significa que basta um dos genes herdados estar alterado para que os sintomas se manifestem. Em geral, indivíduos com rim policístico têm um dos pais também portador da doença.

Embora a incidência seja similar em homens e mulheres, Ricardo Araújo Mothé, presidente da Sociedade Goiana de Nefrologia, aponta que o gênero masculino tende a apresentar um prognóstico pior, com maior propensão ao desenvolvimento de insuficiência renal e progressão mais rápida dos sintomas.

Pedro Junqueira, urologista doutor pela Universidade de São Paulo (USP), esclarece que o rim policístico não está relacionado a hábitos de vida ou dieta, sendo exclusivamente determinado por fatores genéticos. O órgão afetado desenvolve múltiplos cistos, causando um aumento significativo de seu volume e distorção de sua estrutura tubular original.

Os sintomas iniciais geralmente são silenciosos, podendo incluir dor abdominal leve e sensação de plenitude no estômago conforme os cistos crescem e comprimem outros órgãos adjacentes. À medida que a doença progride, há maior probabilidade de desenvolver massas abdominais palpáveis e dor intensa, resultante da expansão do rim e da pressão exercida pelos cistos.

A função renal é gravemente comprometida com o tempo, prejudicando a capacidade do rim de filtrar o sangue adequadamente. Pacientes podem experimentar sangramentos dos cistos, além de predisposição para formação de cálculos e infecções urinárias devido à acumulação de calcificações dentro dos cistos renais.

O diagnóstico de rim policístico frequentemente ocorre durante a vida adulta jovem, entre 20 e 30 anos, quando os cistos tornam-se mais visíveis em exames de imagem como ultrassom abdominal. A identificação precoce pode ser facilitada caso haja histórico familiar da doença ou a manifestação de sintomas específicos, como dor persistente na região lombar ou alterações nos padrões urinários.

Em suma, a morte prematura de Chrystian devido ao rim policístico destaca a importância da conscientização sobre doenças renais hereditárias e a necessidade de monitoramento regular para intervenções precoces e adequadas. A pesquisa contínua e os avanços médicos são fundamentais para melhorar o manejo clínico e a qualidade de vida dos pacientes afetados por condições genéticas complexas como esta.