A nova rodada de votação PowerData, lançada esta semana, mostra que o caminho do Presidente Jair Bolsonaro para os votos dos evangélicos não será tão suave quanto em 2018.
Mesmo com o apoio desabrido e inadequado de vários líderes religiosos, o presidente está perdendo força quando se trata da avaliação que o eleitorado evangélico faz de seu governo.
De acordo com a pesquisa PoderData, 49% dos evangélicos aprovam o governo e 46% desaprovam a atual administração. Há quinze dias, no início de julho, os números eram mais favoráveis para o presidente: 53% dos evangélicos aprovaram do governo e 39% desaprovaram.
Como esta coluna tem mostrado, a mistura flagrante de púlpito e plataforma – e que ajudou a eleger Bolsonaro em 2018 – deve ser repetida em 2022. Mas parece que os evangélicos estão mais politizados e perceberam que, embora o presidente abrace algumas idéias conservadoras, ele também cometeu erros graves durante sua administração.
Uma grande parte dos pastores brasileiros continuará a apoiar cegamente Bolsonaro em nome de sua “visão conservadora”. É precisamente esta visão que cria uma miopia nos líderes religiosos que não conseguem ver nada além do bolonarismo diante do “comunismo”, e tentam levar seus fiéis pelo mesmo caminho.
A falta de humanidade de Bolsonaro, por si só, já deveria ser um motivo para os cristãos refletirem sobre seu voto. Além disso, o cenário agora é diferente. Em 2018, Bolsonaro era apenas um candidato. Agora, ele é o presidente que não conseguiu lidar com a pandemia, que mostrou incompetência como chefe de Estado e deu vários tiros no pé ao perseguir crises institucionais.
Em 2018, Bolsonaro teve o expressivo voto de 70% dos evangélicos, enquanto Fernando Haddad obteve apenas 20%. Agora, com o Lula na corrida, a diferença deve ser menor. Ele ainda deve vencer dentro deste eleitorado, mas não será com a ampla liderança que ele tinha há quatro anos. Pelo menos foi isso que os cientistas políticos disseram quando viram os novos números PowerData.
Ao contrário de muitos ideais cristãos, o presidente é falso quando ataca as urnas e promove a desunião por ofender ministros, funcionários e jornalistas. A boa notícia é que os eleitores de todos os nichos estão se dando conta disso, incluindo uma parte daqueles que votaram nele com convicção anos atrás.
Pelo menos, é o que dizem as pesquisas até agora, 71 dias antes das eleições. Muita coisa pode acontecer nas próximas 10 semanas.