Prisão de MC Poze movimenta redes sociais e gera críticas à ação policial
Na manhã desta quinta-feira, 29 de maio, o cantor MC Poze do Rodo foi preso durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), no bairro Recreio dos Bandeirantes, zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação chamou atenção não apenas pelo impacto na cena do funk, mas também pela repercussão nas redes sociais.
Poucas horas após a prisão, o cantor Oruam — conhecido por ser filho de Marcinho VP, um dos criminosos mais emblemáticos do Rio — se manifestou em defesa de Poze e criticou duramente a forma como a operação foi conduzida.
Oruam critica abordagem e questiona exposição pública
Em vídeos postados em seu perfil, Oruam foi direto:
“O Estado gosta de envergonhar. Algemaram o Poze, não precisa disso. Todo mundo sabe que isso aí é mentira. Ele canta em baile de favela, mas não é envolvido com facção nenhuma.”
Ele também criticou a maneira como os policiais imobilizaram o funkeiro durante a prisão. “Precisava algemar o cara? Precisava abaixar a cabeça dele assim? Tipo, polícia fazendo uma covardia? A gente não pode fazer nada, a gente fica refém do Estado.”
As falas de Oruam ganharam grande repercussão, dividindo opiniões entre internautas e levantando debates sobre o papel da mídia e das autoridades na exposição de figuras públicas.
Polícia investiga relação de Poze com facção criminosa
Segundo a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), MC Poze é investigado por supostas ligações com uma facção criminosa que atua na zona Oeste da capital. A suspeita surgiu após a circulação de vídeos gravados no dia 17 de maio, durante um evento do cantor na Cidade de Deus.
Nas imagens, homens fortemente armados aparecem dançando com fuzis no meio da multidão, o que levou a abertura de um inquérito para identificar e localizar os envolvidos. A PCERJ não confirmou se Poze tem participação direta na organização criminosa, mas afirma que as investigações estão em andamento.
O que diz a defesa de MC Poze do Rodo?
Até o momento, os representantes legais do cantor não divulgaram uma nota oficial, mas fontes próximas afirmam que MC Poze nega qualquer envolvimento com o crime organizado. O funkeiro, que ganhou notoriedade cantando sobre a realidade das comunidades cariocas, segue detido enquanto as investigações continuam.
A prisão reacende o debate sobre o tratamento dado a artistas periféricos, o preconceito estrutural nas operações policiais e os limites da liberdade de expressão no funk carioca.
